Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Abril termina com nova queda expressiva no volume do Sudeste/Centro-Oeste

Em: 04/05/2021 às 09:13h por Canal Energia

Volume ficou 20 pontos abaixo da marca de 2020. Forte inserção de eólicas nos últimos anos contrasta com situação de 2014

 



O fim do mês de abril mostrou que os níveis dos reservatórios continuam em situação desfavorável. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico mostram que o Sudeste/Centro-Oeste, que encerrou o mês com volume de 34,7%, registrava 54,8% no mesmo período de 2020. O recuo no volume do subsistema é de 20 pontos percentuais. Em março, a queda na comparação com 2020 ficou em 15 pontos percentuais.

O Nordeste, embora apareça ao fim de abril em situação mais favorável que o Sudeste, também teve queda expressiva nos seus níveis de um ano para o outro. Os 89,6% de abril de 2020 se esvaíram para 66,8%, sinalizando um recuo de 22,8 pontos percentuais no volume. Os níveis da região Norte mostraram traços de estabilidade, variando positivamente cerca de 3% em um ano. Em 2002 eles estavam em 79% e esse ano cresceram para 82,7%.

Mas se no Sudeste/ Centro-Oeste e Nordeste o tombo no volume foi grande, o Sul continua passando por uma forte recuperação. Os 56,3% registrados no último dia de abril deste ano em nada remetem aos 15,4% do fim de abril de 2020. A expectativa do ONS é que ao fim de maio de 2021, os níveis do Sudeste registrem 32,3%, o do Nordeste chegue a 63,8% e no Norte, de 83,7%. No Sul, os níveis deverão chegar a 57%.

A operação no período seco, que começou a tomar forma em abril, vai exigir atenção do ONS. Gustavo Ayala, CEO da Bolt Energias, lembra que os níveis do Sudeste/ Centro-Oeste estão piores em números absolutos que em 2014, ano de severa crise hídrica. Ele pede atenção para o segundo semestre desse ano, quando a retomada econômica estará mais forte e os níveis estarão mais baixos. “É um evento extremo de seca, a situação do Sudeste é bem complicada”, comenta. Ainda segundo ele, a demanda por commodities como aço também pode elevar o consumo de energia no país.

Um aspecto que o executivo salienta é que em 2021 o retrato do sistema é bem diferente de 2014. Agora, além da carga ser superior, a inserção de eólicas é bem maior que naquela época e a fonte solar sequer tinha participação. Essa presença de renováveis trouxe mais intermitência ao sistema. Entre o terceiro e o quarto trimestres, a modulação da fonte deverá acontecer via intercâmbio dos reservatórios do Sudeste. As UHEs do São Francisco, embora com bom volume, tem limites de operação.