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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Grupo CPFL prevê 'aprimoramento' do setor de distribuição

Grupo CPFL prevê 'aprimoramento' do setor de distribuição

Em: 26/07/2017 às 13:42h por

O segmento de distribuição de energia deve passar por uma intensa transformação no contexto da reforma energética em consulta pelo governo, mas a CPFL Energia não prevê uma redução de importância, mas sim um "aprimoramento" e uma "racionalização" do seu faturamento.

André Dorf, presidente da empresa, que é líder em distribuição de energia no país em termos de volume, destacou as mudanças que considera necessárias no setor elétrico, com destaque para a separação entre lastro (ou confiabilidade) e energia, e para a mudança do papel das distribuidoras, que devem passar a ser remuneradas pela gestão do fio.

Apesar da redução no faturamento bruto das distribuidoras, o montante que realmente cabe às empresas será mantido, podendo inclusive ser ampliado com o aumento da prestação de outros serviços. "Parte das distorções da distribuidora é que ela sempre foi a tomadora de riscos do setor. Com as mudanças, elas devem ficar mais simples, racionais, sem distorções", disse Dorf, em evento com jornalistas em Campinas.

Essas propostas aparecem na consulta pública aberta no início do mês pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para reformulação do marco legal do setor no país.

A CPFL Energia defende que as distribuidoras se concentrem na gestão do fio, o que será possível com a implementação da tarifa binômia (separando o que é o custo do fio e o que é de energia).

Hoje, as distribuidoras faturam de uma só vez a parcela A (que inclui diversos custos como encargos setoriais, compra de energia e custo do transporte), que representa 80% do faturamento das empresas, e a parcela B, que representa os custos diretamente gerenciáveis pela distribuidora, e soma cerca de 20% do faturamento das companhias.

"As distribuidoras ficam com os riscos da parcela A, que são riscos que não se previa antes. Nossa opinião é que deveríamos separar a tarifa binômia, com uma para energia e outra para fio. A distribuidora deve ser remunerada pelo fio", disse Dorf.

Uma vantagem para as companhias desse segmento viria da possibilidade de prestação de serviços às comercializadoras, por exemplo, com uma remuneração para isso. "A distribuidora deveria continuar fazendo os serviços de seu monopólio natural, dentro do conceito de modicidade tarifária", disse Dorf.

Fonte: Valor Econômico