Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Custo é a principal questão para atender demanda este ano

Em: 06/05/2021 às 09:21h por Canal Energia

Segundo análise da PSR, com o PMO de abril, volume mínimo de afluência no SIN deve ficar em 74% da média para evitar elevação das preocupações para atendimento do país

 



A fotografia do momento aponta que o atendimento da carga e da potência neste ano está assegurada. Essa impressão da PSR, externada na segunda-feira, 3 de maio, é compartilhada por agentes do setor. A grande maioria, ou 87% dos participantes do primeiro painel da 11ª edição do Workshop PSR /CanalEnergia afirmaram estar confiantes de que não teremos problemas. A questão central é o custo que esse atendimento terá.

Segundo o gerente de Projetos da consultoria, Celso Dall’Orto, o despacho térmico continuará em níveis elevados. O ponto a ser avaliado é se será dentro da ordem de mérito, devido ao aumento de preços ou se fora da ordem, conforme comando do CMSE que está em vigor desde outubro de 2020. As chuvas da região Sul que deverão ter forte influência nessa questão.

Em geral, aponta o executivo, o país seria atendido caso a afluência média no SIN fique na casa de 74% da média de longo termo. “Estamos refazendo as contas com o PMO de maio, dependemos de transmissão e da otimização do sistema, mas ENA acima de 74% não teríamos problemas de suprimento ou potência”, comentou ele que vê a necessidade de o ONS utilizar de recursos que proporcionam flexibilidade ao longo do ano.

“Hoje, estamos preocupados, mas com calma fazendo o acompanhamento próximo da operação que será complicada nos próximos meses. A demanda está inflada é um fator importante. Claro que se vier vazões piores complica, precisamos ficar atentos”, acrescentou.

Entre os recursos indicados como disponíveis estão térmicas desligadas que podem ser acionadas em situações de emergência.

Nas análises da PSR, com os dados de abril ainda não são verificados riscos para o atendimento de energia e potência. Contudo, destacou o CEO da empresa, Luiz Augusto Barroso, “o ambiente é super dinâmico e atualizamos os números semanalmente. As vazões no final abril foram muito ruins por exemplo. Diria que no momento estamos preocupados, mas não em pânico.

Ele aponta que a diferença entre esses dois estados é a disponibilidade hídrica para a geração hidroelétrica e a disponibilidade de gás para a geração térmicas em 2021, assim como a disponibilidade dos geradores. “Eu realmente acho que a diferença entre viver e morrer nesse ano serão esses dois fatores, temos que ficar de olhos bem abertos”.

Esse monitoramento deverá ser conduzido ao longo dos próximos meses. Em sua opinião, poderemos ter uma ideia mais clara dessa situação mais à frente com o desenvolvimento do período seco. Ele lembra que a questão de 2017 foi verificada em setembro, exemplificou.

Sobre o leilão de capacidade para atender justamente à ponta, a PSR afirma que o mercado não precisaria de contratação no curto prazo por conta da sobreoferta estrutural. Esse mecanismo pode ser melhor pensado por existir um tempo relativamente tranquilo para um estudo a ser desenvolvido com calma. Uma contratação neste ano se justificaria caso seja comprovada a necessidade dessa potência.