Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Emae é vendida à Phoenix FIP Multiestratégia por R$ 1 bilhão

Em: 22/04/2024 às 09:30h por Canal Energia

Valor ofertado representa ágio de 33,68% sobre o valor mínimo estabelecido pelas quase 15 milhões de ações da empresa que foram colocadas à venda

 

O Governo do Estado de São Paulo vendeu em leilão suas ações da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) em leilão realizado na sede da B3, em São Paulo. A compradora foi a Phoenix, que ofertou um valor de R$ 1.042.458.765,75 pelas 14.755.255 ações da estatal. O valor mínimo para a venda seria de R$ 776,9 milhões. Esse lance vencedor representa R$ 70,65 por ação, ou um ágio de 33,68% sobre o maior valor unitário a ser pago por ação acima do preço mínimo definido, de R$ 52,85 por ação.

O leilão foi fechado há pouco. Estava marcado para ser iniciado às 14h, mas por atraso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi iniciado apenas às 15h e 12 minutos.

Do total de ações adquiridas, 14,4 milhões são de titularidade do Estado de São Paulo e outras 350 mil da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Estavam habilitadas a Matrix Energia, a EDF e o Fundo Phoenix, que tem à frente o empresário Nelson Tanure, figura central no atual momento pelo qual a Light passa com a recuperação judicial.

A EDF apresentou proposta de R$ 56,30, ágio de 6,53%. A Phoenix apresentou lance de R$ 58,15, ágio de 10,03%. Já a Matrix Energy entregou uma oferta de R$ 52,85 sem ágio. A disputa foi para o viva voz porque as ofertas tinham que ter diferença acima de 20% para terminar na primeira fase. A maior oferta levaria a operação a pouco mais de R$ 858 milhões ante R$ 830,7 milhões, ante o piso da terceira. A primeira a deixar o viva voz foi a Matrix. A disputa ficou entre a EDF e a Phoenix FIP que revezaram na apresentação de 53 ofertas.

De acordo com o governo do estado, até o fim de 2023, a Emae gerou receita líquida de R$ 603 milhões. Além disso, a empresa atingiu um valor de mercado de R$ 2,3 bilhões. De economia mista, ela tem sua composição acionária dividida entre o Governo do Estado, a Companhia Metropolitana de São Paulo, a Eletrobras e uma parcela minoritária com outros acionistas.

As usinas operadas por ela geraram no ano passado 1.663 GWh, o suficiente para abastecer média de 825 mil residências na Grande São Paulo. Ao todo, são quatro usinas hidrelétricas, oito barragens e duas usinas elevatórias. Elas estão localizadas em São Paulo, Salto, Cubatão e Pirapora do Bom Jesus. A maior das usinas é a Henry Borden com 889 MW de capacidade instalada e queda de água de 720 metros.

Contudo, a Emae não atua apenas na geração de energia, tem um papel em diversas outras atividades. A empresa foi criada em 1998 com origem na Light (The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited) após o processo de cisão da Eletropaulo.

Segundo o governo, a empresa possui um papel essencial no controle de cheias no Estado de São Paulo. A Emae regula os níveis dos rios Pinheiros e Tietê, ajuda a prevenir o alagamento nas margens em épocas de chuva. Para isso, é feito o bombeamento das águas do rio para o Reservatório Billings.

Além disso, há um trabalho permanente de desassoreamento e de remoção de lixo do rio Pinheiros. Reduzir a quantidade de resíduos melhora o escoamento da água. O acúmulo de lixo também prejudica a operação do canal, porque obstrui o sistema de bombeamento das usinas elevatórias.

Outra atividade é a travessia por meio de balsa. A empresa transporta diariamente, 24 horas por dia, pessoas e veículos nas travessias Bororé, Taquacetuba e João Basso. Mensalmente, o serviço realiza uma média de 14 mil viagens e transporta gratuitamente 161 mil passageiros e 158 mil veículos.