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La Niña poderá vir sem atraso do período chuvoso, projeta Nottus

Em: 24/04/2024 às 08:46h por Canal Energia

Modelos meteorológicos indicam chuvas em outubro e boa safra dos ventos

 

Apesar do acontecimento iminente no segundo semestre, o fenômeno climático La Niña, que resfria a temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico Tropical Centro e Tropical Oriental, poderá não trazer uma característica histórica: o atraso do período úmido. Em apresentação a jornalistas nesta terça-feira, 23 de abril, a meteorologista da Nottus, Desirée Brandt, mostrou que os modelos de previsão climática vem sugerindo chuvas em outubro, em consonância com o período úmido. Segundo ela, isso ainda é uma perspectiva, que precisará ser monitorada nos próximos meses para que se confirme. A La Niña, esperada para o segundo semestre, deverá ser fraca, sem forte intensidade.

“Por enquanto, os modelos estão dando algo dentro do normal, ou seja, sem atraso, e pelo contrário, mostrando até uma condição para um outubro molhado”, explica a meteorologista da Nottus, que faz parte do Grupo Thymos e completou um ano de criação. O modelo europeu tem se mostrado otimista. O comportamento do Oceano Atlântico pode ser preponderante nesse efeito do período úmido.

Ainda de acordo com ela, ainda há resquícios dos efeitos do El Niño, que vem perdendo força ao logo dos últimos meses. O último relatório do National Oceanic and Atmospheric Administration mostra que o fenômeno deve acabar no outono, com a estação neutra ao seu final. No inverno, a neutralidade deve prosseguir, com a La Niña chegando a partir daí. “Ao que tudo indica teremos o fenômeno configurado no último trimestre”, avisa.

Em abril, as chuvas deve se mostrar volumosas no Norte, leste do Nordeste e Sul. Já na cabeceira do São Francisco, rio Grande e Paranaíba, as chuvas serão reduzidas, ficando abaixo da média. Em maio, a chuva se concentra nos extremos do país, o que é uma características do mês. Em junho, os volumes ficam similares, mas mesmo assim não alcançam a média histórica.

Já em julho, o destaque é que mesmo chovendo na região Sul, o volume não alcança a média histórica nem no Rio Grande do Sul, onde está prevista chuva excessiva. Segundo a meteorologista, isso pode significar algum tipo de falha na frequências de frentes frias, já que no inverno é comum uma frente fria por semana. Para setembro, começam a se desenhar as primeiras instabilidades no Sudeste/ Centro-Oeste. Outubro, embora a previsão esteja mais distante e ainda na primeira rodada, mostra formação de um corredor de umidade na costa do Sul e Sudeste até o Norte, espalhando a chuva pelo Sudeste/ Centro-Oeste, nas bacias do rios Paranaíba, Grande, Tietê e São Francisco, com chuvas acima da média.

Alexandre Nascimento, sócio diretor da Nottus, destacou as ondas de calor dos últimos meses de 2023 e início de 2024. Segundo ele, apesar do El Niño ser muito comentado com influenciador da hidrologia, o papel das águas do Oceano Atlântico é esquecido.

“O tamanho da caixa d´água quem dita é o Atlântico”, comenta. Ele lembrou que no ano passado, a situação dos reservatórios fazia com que não houvesse preocupação com o preço da energia para os agentes. Esse ano, com um período chuvoso decepcionante, os olhares serão diferentes, caso a La Niña traga atraso na chuva.

Um outro ponto na apresentação levantado por Nascimento foi que a ‘safra dos ventos’ no Nordeste irá ocorrer dentro da normalidade, podendo ser até melhor que a do ano passado. Segundo ele, em abril, os ventos têm sido bons, com boas perspectivas para as próximas semanas.