Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Reformas poderiam reduzir dependência de térmicas e dar novo protagonismo às hidrelétricas, defendem ambientalistas

Em: 19/08/2024 às 09:48h por EPBR - jornalismo e política energética

Hidrelétricas e baterias são capazes competir com térmicas na segurança necessária para o crescimento da solar e eólica

 


BRASÍLIA 

Reformas setoriais poderiam reduzir dependência de termelétricas e dar novo protagonismo às hidrelétricas, defendem ambientalistas do Iema e da Coalizão Energia Limpa. Na imagem: Barragem da hidrelétrica de Belo Monte na bacia do Rio Xingu, próxima ao município de Altamira, no norte do estado Pará (Foto: TV Brasil)

Barragem da hidrelétrica de Belo Monte na bacia do Rio Xingu, próxima ao município de Altamira, no norte do estado Pará (Foto: TV Brasil)

 


O Instituto Energia e Meio Ambiente (Iema) e a Coalizão Energia Limpa publicaram um relatório nesta quinta (15/8) para defender que reformas setoriais – e os leilões realizados pelo governo federal – podem levar a um aumento de fontes renováveis, sem comprometer a segurança no suprimento de energia.

As entidades, que atuam em temas ambientais e no setor de energia, defendem alterações na remuneração e como as fontes de energia são utilizadas no atendimento à carga, de forma a gerar uma integração entre hidrelétricas, a geração solar centralizada e distribuída, além dos parques eólicos.

Uma das propostas é a criação da figura do armazenador de energia elétrica, um novo tipo de atuação no setor elétrico, pois há possibilidade de utilizar sistemas de armazenamento não apenas na geração, mas também em outros elos, como a transmissão de energia. O estudo menciona a necessidade de um marco legal.

Com o estudo, o Iema pretende desafiar a ideia que exista um teto para a penetração das renováveis, que são mais baratas, porém geram energia de forma intermitente. Veja o documento, na íntegra (.pdf).

Isto é, não basta ao parque gerador ser capaz de gerar toda a energia demandada, ao longo dos dias e meses, mas ter potência disponível e despachável sempre que necessário. Um papel que é em parte dependente de térmicas a combustíveis fósseis e das usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ).

Exemplo disso é o Nordeste, que tem batido sucessivos recordes de geração de energia nos parques eólicos. No recorde alcançado no início de agosto, os parques atingiram 180% da demanda da região. Mas enquanto o Nordeste exporta energia, ele ‘importa potência’ de outras fontes.

As hidrelétricas com reservatórios, por sua vez, são capazes de armazenar energia de forma natural, com a água acumulada acima das turbinas. Mas mudar a lógica do despacho hidrelétrico, significa discutir formas de remunerar as usinas por esse atendimento dos requisitos de potência.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima um déficit de potência de 5,5 gigawatts no curto prazo.

“A questão na prática que a gente vive é a grande discussão da falta de potência do sistema. [Então] não basta crescer indiscriminadamente essas fontes [intermitentes] para conseguir cumprir a lição de casa climática e socioambiental”, explica Ricardo Baitelo, coordenador do estudo do Iema.

“Precisamos aprimorar o sistema, a gente precisa voltar e olhar para as outras fontes renováveis e despacháveis, tanto hidrelétricas, quanto biomassa, quanto o armazenamento por baterias”, explica Ricardo Baitelo.