Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Transição energética é uma grande oportunidade para o Brasil, diz governador do RS

Em: 09/09/2024 às 11:09h por Canal Energia

Eduardo Leite afirmou que o Estado tem 85% da sua matriz energética de fontes renováveis


Em evento promovido pela Câmara de Comércio Americana (Amcham Brasil) nesta sexta-feira, 06 setembro, em São Paulo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a transição é uma oportunidade gigantesca para o Brasil. “Temos a maior participação de energias renováveis do mundo dentro da nossa matriz energética. Só o Rio Grande do Sul tem 85% da sua matriz energética de fontes renováveis”, disse.


Ele ainda destacou que o Brasil tem cerca de 16% de fonte eólica e solar, e o Rio Grande do Sul já chega a 25%. “A fonte eólica se desenvolve fortemente no Rio Grande do Sul, tanto com o onshore quanto no potencial de projetos já em estudo para a geração offshore, onde alguns projetos já estão sendo estudados. E isso gera para nós uma grande oportunidade”, afirmou.


De acordo com Eduardo Leite, o estado está investindo em novas tecnologias voltadas a matriz renovável e a partir, por exemplo, do programa de biodigestores para a geração de biogás. “Recentemente nós lançamos um edital para habilitação de projetos de biodigestores que vão ter subsídios dos nossos bancos de desenvolvimento no Estado, com R$ 50 milhões no orçamento para alavancar cerca de R$ 250 milhões na implantação de novas usinas de biodigestores para a produção de biogás. No caso da produção de eólica, nós queremos incentivar também, contratamos uma consultoria que fez um estudo atestando a capacidade de produção e competição do hidrogênio verde”, afirmou.


Leite também destacou que toda crise traz algum grau de oportunidade. “E essa que nós estamos vivenciando no Rio Grande do Sul, ela gerou a disposição da União de abrir mão nos próximos três anos do pagamento que o Estado faria a União, que totalizará cerca de R$ 14 bilhões. Dinheiro esse que é gerado na economia do Estado, mas que em vez de ficar na região, tinha que pagar a União pelas dívidas históricas que constituiu. E agora vão ficar em um fundo para a reconstrução do Estado”, disse.


Ele afirmou que parte substancial desses recursos serão para financiar ativos e adicionar investimentos na transição energética para forçar projetos de energia renovável, que, segundo ele, o Estado do Rio Grande do Sul tem uma competição um tanto desleal com outras regiões do Brasil. “O país tem fundos constitucionais que turbinam os financiamentos para outras regiões, como o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Não existe um fundo funcional para a região Sul”, explicou.


O Governador declarou que quando alguém vai fazer um projeto de geração de energia eólica vê o potencial do Rio Grande do Sul, mas citou como exemplo o Nordeste, que tem financiamentos subsidiados pelo Banco do Nordeste. “Então, as pessoas e investimentos acabam se deslocando para lá e deixando de lado o nosso estado, embora o custo na nossa região seja menor em termos de transmissão, porque nós estamos mais perto dos centros de demandas de consumo que estão concentrados no sudeste e sul do país”.


Carvão


Leite também relatou durante o evento da Amcham que o Rio Grande do Sul tem uma indústria carbonífera muito forte. “Nós estamos homologando nesta semana uma licitação para a contratação de uma consultoria especializada que vai dar suporte a um plano de transição justa para as comunidades carboníferas da região. Porque é necessário dar sentido econômico para essas comunidades no processo de transição”, ressaltou.


Segundo ele, muito breve essa consultoria irá dar suporte para oferecer alternativas e caminhos para essas comunidades. “Nós vamos ter toda uma lógica econômica estipulada nessas regiões, a partir do carvão, para apresentar a vantajosidade econômica”, disse.

 


Como fica o Estado após as enchentes de maio?


O governado do Estado do Rio Grande do Sul afirmou que a região está no processo de adaptação às mudanças do clima e destacou a criação do Plano Rio Grande. “O nosso governo criou um plano Marshall, plano esse que está focado numa reconstrução estruturada do estado em diversos eixos. Uma construção de resiliência e ativação econômica do Estado, preparação e resposta para eventuais novos eventos. Eu quero assegurar que o Rio Grande do Sul sairá deste momento sendo referência nacional e internacional”, afirmou.