Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Após registrar crescimento de 51% na implantação de usinas em 2024, o mercado brasileiro de geração solar centralizada deve enfrentar retração ao longo de 2025, aponta estudo da consultoria Greener. A avaliação é de que a combinação de preços de energia próximos ao piso e o agravamento do curtailment, que é a restrição na entrega de energia gerada, tende a adiar novos investimentos no segmento.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 17,6 GW de capacidade instalada de grandes usinas fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), operando nos mercados regulado e livre de energia. Esses empreendimentos têm sofrido cortes recorrentes determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), também chamados de curtailment ou constrained-off.
Esses cortes são determinados em razão da diferença da oferta e demanda de carga instantânea e por problemas na rede elétrica, incluindo dificuldades na infraestrutura de transmissão, como subdimensionamento das linhas, atrasos em obras e paradas para manutenção, além de possíveis instabilidades que poderiam ser causadas pela geração e eventuais falhas nos equipamentos.
De acordo com a Greener, foi registrado 17,1% de curtailment médio nos conjunto solares entre abril de 2024 e março de 2025, evidenciando perdas significativas na geração esperada, ampliando a percepção de risco entre investidores e exigindo maior atenção à viabilidade técnica dos projetos.
O cenário resultou em várias ações judiciais da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No início de 2025, a Aneel derrubou no Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma liminar obtida por geradores eólicos e solares que determinava ressarcimento em razão dos cortes.
Uma oportunidade de trazer alívio ao sistema elétrico e reduzir esses eventos é a contratação de sistemas de armazenamento de energia. No último domingo (11/05), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que em breve será publicado uma portaria estabelecendo as normas para o primeiro leilão de bateria do Brasil.
A Greener destaca que o uso de baterias pode garantir a disponibilidade de potência para suportar a demanda do sistema e trazer melhorias na gestão da intermitência das fontes renováveis. A previsão é de que o leilão ocorra no segundo semestre de 2025.
O estudo estima que o mercado brasileiro de geração centralizada solar fotovoltaica movimentou mais de R$ 14,5 bilhões em investimentos entre março de 2024 e fevereiro de 2025, com 5,4 GWp em contratos fechados por fabricantes de módulos, volume próximo ao registrado no período anterior.
O mapeamento também identificou 2,4 GWp de contratos de PPA solares e projetos de autoprodução no período, em um total de 15,8 GWp acumulados, sendo 90% referentes à autoprodução por equiparação.
O Sindenergia é uma importante voz para as empresas do setor de energia em Mato Grosso, promovendo o diálogo entre as empresas, o governo e a sociedade, com o objetivo de contribuir para o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental