Adiamento do LRCAP preocupa ONS para travessia do período seco

Em: 30/06/2025 às 08:42h por Canal Energia

Diretor de Planejamento comentou possíveis alternativas para mitigar os efeitos da não realização do certame em 2025 e que o Operador está analisando possíveis alternativas para preparar o sistema elétrico para o segundo semestre fora do critério de suprimento

O adiamento do leilão de reserva de capacidade (LRCAP) previsto para agosto deste ano e que agora deve acontecer só em 2026 preocupa o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo o diretor de Planejamento, Alexandre Zucarato, o produto 2025 ficou inviável, já que a violação do critério de suprimento de potência acontece na transição do período seco para o úmido, onde aparece a “cauda” do Cvar que indica as respectivas violações nos meses.

“Preocupados como estamos, apresentamos ao ministério algumas possibilidades para mitigar os efeitos da não realização do leilão e analisar possíveis alternativas”, disse o executivo durante a edição híbrida (presencial e online) extraordinária da reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) desta quinta-feira, 26 de junho.

Além de confirmar um produto de 4,2 GW, Zucarato ressalta que o Operador sugeriu, durante reunião com o CMSE em maio, uma série de medidas para ajudar a preparar o sistema elétrico para a travessia do período seco fora do critério de suprimento. Entre elas a antecipação do montante do LRCAP 2020-2021, nos moldes do que foi empreendido com a UTE Termopernambuco, além de outras medidas operativas como a adoção do horário de verão para reduzir o requisito de demanda na ponta noturna.

Fim do período seco entre 40% e 50% de armazenamento

Quanto aos recursos hídricos, Zucarato afirma que o armazenamento esperado para o Sistema Interligado Nacional (SIN) ao final de novembro deve ficar entre 40% e 50%. E que agora, após a recuperação dos reservatórios do Sul, é o momento de usar a reserva operativa até o limite, operando com o Sudeste minimizado e preservando os recursos que apodem ajudar o sistema nos momentos mais críticos.

“Em meados de setembro devemos ter mais visibilidade, mas a certeza é que esse ano é diferente de todos”, pontua o dirigente, salientando que a questão não é energética, mas em deixar os recursos preparados para atendimento da ponta para o que der e vier.