Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
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O atraso na realização do leilão de reserva de capacidade além de comprometer a segurança do sistema elétrico brasileiro, pode dificultar a atração de investimentos. O alerta é de José Andrade, gerente geral de Inteligência de Mercado, Preços e Produtos da Eneva, que vê com preocupação a demora para definir datas e regras. Segundo ele, a expansão da demanda por energia é inevitável, impulsionada pela eletrificação, pelo avanço dos data centers e pela criação de novos mercados.
Andrade afirma que o Brasil tem condições de competir por uma fatia relevante dessa demanda global, mas isso exige ampliar rapidamente a oferta de fontes renováveis. Como a geração limpa é intermitente, diz o executivo, o sistema precisa de mecanismos que garantam firmeza e flexibilidade. “Os leilões de capacidade são o principal instrumento para isso”, ressaltou durante o evento Gas & Energy Week, que aconteceu na última quinta-feira, 7 de agosto, no Rio de Janeiro.
Segundo o executivo, estudos do Operador Nacional do Sistema (ONS) indicam que, para manter a confiabilidade até 2027 ou 2028, será necessário adicionar capacidade nova. A demora, no entanto, também prejudica a aquisição de equipamentos, já escassos no mercado mundial. “Conforme o tempo passa, a preocupação aumenta”, adverte.
A falta de definição sobre os atributos que serão mais valorizados no leilão gera riscos e custos extras para os agentes. Projetos podem precisar ser refeitos ou adaptados, elevando despesas e atrasando prazos. “Todos estão se preparando, mas o adiamento encarece os investimentos. Há pontos a serem discutidos e avaliados em conjunto com os atores envolvidos para que haja uma definição que priorize o menor custo para o consumidor final e que estimule uma competitividade justa entre as diferentes fontes de energia”, observa o gerente da Eneva.
O executivo também defende ajustes na forma de competição entre diferentes fontes de energia. Para ele, as particularidades de cada tecnologia precisam ser consideradas para que a transição energética brasileira seja segura, sustentável e capaz de manter o país competitivo no cenário internacional.
Por fim, Andrade ressalta que a Eneva está preparada para a participação no certame. “Trabalhamos para desenvolver as melhores e mais competitivas soluções para o LRCAP e acreditamos que a sua realização é fundamental para a segurança energética do país”, encerrou.
O Sindenergia é uma importante voz para as empresas do setor de energia em Mato Grosso, promovendo o diálogo entre as empresas, o governo e a sociedade, com o objetivo de contribuir para o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental
