Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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EPE: consumo sobe 0,6% em julho e interrompe série de quedas

Em: 01/09/2025 às 08:28h por Canal Energia

Dados da Resenha Mensal do Mercado de Energia mostram que apenas classe residencial teve aumento no período, de 5,6%


A Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica mostra que em julho o consumo nacional de eletricidade foi de 45.177 GWh em julho de 2025, um aumento de 0,6% comparado a julho de 2024 . De acordo com o documento publicado pela Empesa de Pesquisa Energética, a alta quebra a tendência de queda no consumo nacional observada nos três meses anteriores. O consumo nacional acumulado nos últimos 12 meses foi de 563.208 GWh, alta de 1,6% na comparação com igual período anterior.


O mercado livre, com 20.760 GWh, respondeu por 46% do consumo nacional de energia elétrica em julho de 2025. Foram registrados crescimentos de 4,8% no consumo e de 49,7% no número de consumidores, na comparação com julho de 2024.


Por segmento de consumo, somente a classe residencial apresentou aumento, de 5,9%. Todas as demais classes tiveram queda. Na industrial, o recuo ficou em 1%, enquanto na comercial chegou a 1,5%. A classe outros teve queda de 3,6% no mês.


Por região, o Sul, com 4,4% liderou no crescimento. Nordeste, com 1,7% e Norte, com 1%, vieram em seguida. Sudeste e Centro-Oeste apresentaram cada um recuo no consumo de 1,1%. Segundo a EPE, a alta no Sul vem por conta da baixa base comparativa com julho de 2024, quando o Rio Grande do Sul teve o consumo afetado pelas enchentes no estado.


Consumo industrial aumenta no Sul e cai no Sudeste


Na classe industrial, o aumento de 2,3% no consumo no Sul, de 1,8% no Nordeste e de 1% na região Norte não foi o bastante para suplantar a retração de 3,1% imposta pelo Centro-oeste e a de 3% do Sudeste. A queda atingiu 18 dos 37 setores monitorados pela EPE, enquanto cinco dos dez setores mais eletrointensivos da indústria consumiram menos. Contudo, Papel e celulose, com 8,7% teve a maior retração percentual. O setor automotivo (queda de 0,5% e 3 GWh) também consumiu menos. Por outro lado, aumentaram o consumo: borracha e material plástico, com 4,4% e alimentícios, com 3%.


O consumo no segmento residencial alcançou 14.219 GWh em julho de 2025, uma elevação de 5,9% em relação ao mesmo mês de 2024. Além disso, o resultado veio ao frio intenso em boa parte do país, que estimulou o maior uso de sistemas de aquecimento nas residências. A melhora no emprego e renda, com a ampliação da base de consumidores, também pode ter favorecido o crescimento. Por região, o Sul teve a maior alta, com 12,3%, com o Sudeste(5,4%), Nordeste (4,5%), Norte (2,9%) e Centro-Oeste (2,4%) vindo atrás.


Clima influenciou queda na classe comercial


Na classe comercial, a queda de 1,5% está ligada a condições climáticas mais amenas, que reduzem a carga térmica dos ambientes. Com isso, a climatização opera com menor intensidade, diminuindo o consumo de energia. O avanço da micro e minigeração distribuída também contribuiu, assim como a mudança estrutural no varejo. O movimento é marcado pela digitalização e pelo crescimento do e-commerce, que reduz o consumo de energia em lojas físicas. Na análise regional, verificou-se queda no consumo comercial no Sul (2,2%), no Sudeste (2,0%) e no Nordeste (1,3%), enquanto o Norte, com 1,5% e o Centro-Oeste, com 0,9% apresentaram crescimento.