Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
A transição energética e o financiamento climático estão entre as pautas que estão em discussão na COP 30. Esses dois temas, mais as metas globais de adaptação foram consensuadas entre as mais de 190 delegações que compõem as discussões do evento que é realizado em Belém.
Segundo o presidente da COP 30, André Correa do Lago, a reunião de domingo à noite levou a essa agenda inicial da conferência que acontecerá até o dia 21.
De um total de oito temas que iriam fazer parte das discussões, quatro não foram incluídos. Entretanto, esses assuntos poderão retornar posteriormente ao debate. Apesar disso, as pautas com maior potencial de discordância estão na agenda do evento. Por outro lado, a questão das NDCs, não sinalizam para uma discussão mais ambiciosa. Esse posicionamento contrasta com alertas de organismos internacionais que destacaram na semana passada para a insuficiência das NDCs para alcançar as metas do Acordo de Paris.
“Este é um processo dirigido pelas partes e precisamos ter consenso para colocar as coisas na agenda. Há alguns países que estão preocupados com que este tipo de exercício possa criar um tipo de desvio dos assuntos que eles acreditam que devem ser abordados primeiro”, comentou o embaixador em entrevista coletiva no primeiro dia da COP.
A abertura oficial ocorreu na manhã desta segunda-feira, 10 de novembro. O foco dos discursos estava centrado na indicação de que deve-se buscar soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. O presidente da COP 30 sinalizou que é necessário o investimento em energia limpa. Essa modalidade ajuda na mitigação e na história do crescimento do século XXI. “Quem ficar de fora verá estagnação e preços mais altos, enquanto outras economias avançam”, avisou ele sem citar nominalmente países como os Estados Unidos ou Argentina.
Já o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou em seu discurso na abertura do evento que essa é a COP da verdade. Lembrou do furacão Melissa, no Caribe, e o tornado no Paraná que ocorreu esse final de semana. Exemplos, segundo ele, do aumento da temperatura global. E mais, disse que é necessário derrotar o negacionismo e aqueles que propagam desinformação, bem como, rejeitam a ciência e o multilateralismo.
“Sem o Acordo de Paris, teríamos o aumento de 5 graus Celsius ao final do século. Estamos no caminho certo, mas na velocidade errada”, defendeu. E terminou com uma convocação à ação para implementar ações que levem a resultados, entre elas, que os compromissos sejam realmente atendidos.
Correa do Lago destacou nessa conversa com jornalistas que nem sempre um bloqueio dado por um país representa um problema. Isso porque é necessário esperar dois dias, prazo que o executivo apontou para as reuniões de altas partes para rever a agenda. “Então, eu acho que é isso que precisamos ajustar nesses dois dias para ver se podemos pegar todos os elementos que são importantes para as partes nesta discussão, para ter certeza de que temos um resultado realmente sólido em relação a este e outros temas”, afirmou ele.
Ele explicou que às vezes, um país está bloqueando algum tema. Na verdade, a demanda é algo diferente e que este novo elemento na visão deles, possa interferir em suas pretensões. Na estrutura da COP os temas precisam ser consenso entre todas as partes. Caso haja alguma dissonância, o tema não avança.
E ainda, recentemente, na pré COP 30 realizada em meados de outubro em Brasília, Correa do Lago disse que uma das metas era a de evitar temas que levassem ao bloqueio da agenda.
Além disso, o presidente da COP 30 destacou que o setor privado pode ter uma contribuição importante no financiamento das ações. Entretanto, afirmou que o dinheiro público continua sendo absolutamente essencial para os investimentos.
Essa contribuição, no entanto, é calculada em cerca de 60% do valor que bancos multilaterais possuem. Contudo, são recursos importantes. Por esse motivo disse aos repórteres que se é necessário mais dinheiro público, naturalmente, é preciso aumentar o volume dos recursos privados. Esses recursos, comentou ele, vêm por conta do aumento de confiança e a convicção de que são bons projetos que realmente significam negócios para as empresas.
Na COP 29 ficou acordado um valor de US$ 300 bilhões ao ano para o financiamento. Contudo, a discussão é a de aumentar esse valor para US$ 1,3 trilhão a partir de 2035.
Paralelamente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender em Belém, que o governo utilizará os recursos da exploração do petróleo, principalmente, com a liberação de estudos na Margem Equatorial, para o desenvolvimento sustentável do país.
Ele disse em entrevista que a exploração é uma questão de demanda e não de oferta. Ou seja, que o Brasil oferece um produto porque o mundo ainda consome. Em contrapartida a esse avanço ele relacionou a adoção de politicas públicas voltadas à economia de baixo carbono no Brasil como o programa de biocombustíveis, marcos regulatórios de H2 verde, o Paten, e combustível do futuro.
A ideia é usar dinheiro obtido com a exploração de minerais para desenvolvimento da economia sustentável. E que o CNPE é que deliberará em sua próxima reunião sobre o modelo a ser usado.
O Sindenergia é uma importante voz para as empresas do setor de energia em Mato Grosso, promovendo o diálogo entre as empresas, o governo e a sociedade, com o objetivo de contribuir para o crescimento econômico e a sustentabilidade ambiental