O Ministro da Fazenda conseguiu que o Senado adiasse a votação da lei que aumentaria o rombo nas contas públicas. Joaquim Levy quer limitar gastos, acabar com juros subsidiados e alterar benefícios trabalhistas e previdenciários.

Foram mais de sete horas na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Em mais uma tentativa de convencer os parlamentares a aprovar o ajuste, ele defendeu algumas medidas, como as alterações que restringem o seguro-desemprego e a pensão por morte e que terão de ser votadas no Congresso. Também reafirmou que acabou a política de concessão de empréstimos em condições mais vantajosas por parte dos bancos públicos.

"Se a gente não quer uma contínua expansão da dívida pública, inclusive a dívida pública nas mãos de estrangeiros, nós temos que ter moderação na expansão do balanço das instituições financeiras", declara o ministro da Fazenda.

Joaquim Levy conseguiu o principal objetivo: evitar a votação do projeto que aplica o novo indexador das dívidas de estados e municípios com a União. A lei que troca o indexador foi sancionada no ano passado, mas não entrou em vigor por falta de regulamentação.

Na prática, ela reduz as dívidas dos estados e municípios, por isso, o Governo Federal propõe que ela só comece a valer em fevereiro do ano que vem, de olho nos bilhões que pode perder de arrecadação.

A peregrinação do ministro Levy pelo Congresso tem dado bons resultados para o governo.