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Mercado financeiro sobe para 8,20% estimativa de inflação para 2015

Mercado financeiro sobe para 8,20% estimativa de inflação para 2015

Em: 06/04/2015 às 15:17h por

Os economistas do mercado financeiro estão prevendo mais inflação para este ano e, também, uma contração maior da economia brasileira, segundo estimativas coletadas pelo Banco Central na semana passada com mais de 100 instituições financeiras, e divulgadas nesta segunda-feira (6) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus.
De acordo com a autoridade monetária, a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, passou, na semana passada, de 8,13% para 8,20% em 2015. Com isso, o mercado segue prevendo "estouro" do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação neste ano.
A alta na previsão de inflação do mercado aconteceu pela décima quarta semana seguida. Se confirmada a previsão do mercado, a inflação atingirá, neste ano, o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. Para 2016, a previsão dos analistas ficou estável em 5,60%.
Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressionam os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Recentemente, o IBGE informou que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA-15, ficou em 1,24% em março. No acumulado de 12 meses, o índice foi para 7,9%, o maior desde maio de 2005 (8,19%). No ano, a taxa é de 3,5%.
No fim do mês passado, o BC admitiu que o IPCA deste ano deve ficar próximo de 8% e estourar o teto do sistema de metas brasileiro. Se isso acontecer, será a primeira vez desde 2003. Quando a inflação fica mais alta do que o teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro, o presidente do Banco Central precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal.
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do PIB neste ano, os economistas do mercado financeiro previram que a economia brasileira terá uma retração de 1,01%. Na semana anterior, a estimativa era de um recuo de 1%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%. A piora na projeção do mercado, para o PIB de 2015, foi a décima quarta seguida.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Para 2016, o mercado subiu sua previsão de alta do PIB de 1,05% para 1,10%.
No fim de março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões, e o PIB per capita (por pessoa) caiu a R$ 27.229. Esse é o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%.
Taxa de juros
Após o Banco Central ter subido os juros para 12,75% ao ano no início de março, o maior patamar em seis anos, o mercado manteve sua expectativa para a taxa Selic, na semana passada, em 13,25% ao ano para o fim de 2015. Para o fechamento de 2016, a estimativa dos analistas permaneceu em 11,50% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 subiu de R$ 3,20 para R$ 3,25 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio avançou de R$ 3,23 para R$ 3,30 por dólar.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 ficou estável em cerca de US$ 4 bilhões. Para 2016, a previsão de superávit comercial recuou de US$ 10,5 bilhões para US$ 10 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou estável em US$ 56 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte subiu de US$ 57,4 bilhões para US$ 58 bilhões. (G1)