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FMI: sucesso do ajuste de Levy é a base para a volta do crescimento

FMI: sucesso do ajuste de Levy é a base para a volta do crescimento

Em: 13/04/2015 às 15:52h por

Para o Fundo, recuperação do Brasil enfrenta três riscos: a seca, o escândalo da Petrobras e o cenário econômico internacional.

Relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), fruto da última consulta anual sobre o desempenho macroeconômico do Brasil (prevista no Artigo IV do regulamento do órgão), traça um quadro de retração da economia brasileira para 2015, mas com perspectivas de melhora no final do ano e de retomada do crescimento anual acima dos 2% em dois anos.

Os diretores do Fundo aplaudem as medidas do ajuste fiscal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacando que seu sucesso é essencial para que o Brasil volte a crescer já em 2016.0 FMI, entretanto, aponta três grandes riscos significativos que podem afetar a recuperação do Brasil nos próximos anos: racionamento de água e energia, devido a um agravamento da seca; possíveis "consequências do caso Petrobras" (Operação Lava Jato); e um agravamento do cenário econômico internacional.

O FMI projeta que a economia brasileira terá retração de -1,0% em 2015, fruto das políticas fiscal e monetárias mais rígidas, juntamente com a drástica redução dos investimentos da Petrobras. "O sucesso na implementação da estratégia de ajuste fiscal e outras políticas deverão contribuir para o fortalecimento da confiança e ajudar a revigorar o investimento na parte final de 2015, provendo as bases para um retorno ao crescimento positivo em2016", diz o documento. Para o ano que vem, o FMI projeta um crescimento do PIB brasileiro em 0,9%, saltando para 2,2%, em 2017, e 2,3%, em 2018.

Após listar os avanços econômicos nos anos 2000, que elevaram a renda dos trabalhadores e propiciaram uma redução sustentável da pobreza, o FMI diz que o crescimento do país perdeu força: "Tem sido vagaroso, refletindo a erosão da competitividade, um ambiente de negócios piorado e os preços mais baixos das commodities. O consumo tem sido moderado, apesar de fortes aumentos salariais, à medida que a criação de empregos estagnou-se e as condições financeiras se apertaram, afetando a renda das famílias e a confiança dos consumidores".

A análise do FMI chama a atenção para o impacto cambial: "Novas pressões inflacionárias estão emergindo da depreciação nominal do real". Além disso, diz o relatório, "a recente depreciação do real (...) não se traduziu em ganhos contra os concorrentes (do Brasil) no mercado global. Por outro lado, aumentos persistentes dos custos da força de trabalho continuam a arrefecer a competitividade".

Os diretores do FMI consideram que as reservas internacionais do Brasil são altas e o fluxo de capitais permanece estável. "Em cerca de US$ 362bilhões, as reservas brutas de capital (conceito de caixa) estão acima da métrica ade queda de reservas do FMI e de outros padrões de referência".

Esta semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, participará da reunião de primavera do FMI, em Washington. Além de defender o aumento da participação dos países emergentes nas cotas do Fundo, o ministro aproveitará a viagem para defender o ajuste fiscal e promover as concessões de infraestrutura. Segundo o Ministério da Fazenda, está previsto um encontro privado entre Levy e a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. com  ABr.

Se os ajustes promovidos pelo Brasil tiverem sucesso, o FMI prevê um crescimento do PIB já em 2016, de 0,9%. Em 2017, o país cresceria 2,2%, e em 2018, 2,3%.

PREVISÕES DO FUNDO

- 1% e 0,9%

Projeções do FMI para o crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil em 2015 e 2016, respectivamente.

A partir de 2017, a previsão do Fundo é de que o PIB passe a crescer acima dos 2% ao ano.

US$9,8 bi

Expectativa do FMI para o saldo da balança comercial brasileira em 2015.0 Fundo estima que este ano as importações cairão mais do que as exportações, gerando superávit comercial.

39,3%

Dívida líquida do setor público em relação ao PIB, projetada pelo FMI para 2015. Supera os 37,2% de 2014, mas, para 2016, o Fundo estima uma queda para 38,9%.