O Reino Unido pretende fechar todas as suas usinas elétricas a carvão até 2025, reduzindo sua produção a partir de 2023. Com o plano anunciado ontem pelo governo, o país é a primeira grande economia do mundo a estabelecer um prazo para aposentar as usinas a carvão para cortar as emissões de carbono.

Ao fazer o anúncio, a secretária para Energia e Mudança Climática, Amber Rudd, disse que o país vai priorizar usinas nucleares e a gás natural para complementar a energia gerada por fontes renováveis. "Não pode ser satisfatório para uma economia avançada como a do Reino Unido depender de estações elétricas a carvão de 50 anos poluidoras e com intensa emissão de carbono", afirmou Rudd.

No ano passado, cerca de um terço da eletricidade consumida no Reino Unido veio de usinas a carvão. Muitas das 12 usinas ainda em operação são velhas e programadas para fechar ao longo da próxima década, devido ao maior rigor dos padrões ambientais da União Europeia. Rudd disse que o governo está comprometido em cumprir uma meta obrigatória de cortar até 2050 as emissões de dióxido de carbono em 80%, na comparação com os níveis de 1990.

"Uma das maiores e mais efetivas contribuições em termos de custo que podemos fazer para a redução das emissões em eletricidade é substituindo as estações a carvão por gás", disse Rudd. Usinas a gás emitem quase a metade do CO2 gerado em usinas a carvão.

A iniciativa foi elogiada pelo ambientalista e ex-vice-presidente dos EUA Al Gore: "O Reino Unido está demonstrando o tipo de liderança que nações ao redor do mundo têm que adotar". (Valor)