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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Copel e Cemig recorrem a bancos para pagar outorga

Copel e Cemig recorrem a bancos para pagar outorga

Em: 27/11/2015 às 13:20h por

A estratégia do governo de convencer bancos nacionais, privados e público, a viabilizar a participação de empresas de energia no leilão de quarta-feira tem mostrado resultado. Duas vencedoras do certame, Cemig e Copel, estão em negociações com as instituições financeiras para honrar o pagamento da primeira parcela do bônus de outorga cobrado das concessões arrematadas na disputa. Ao todo, foram oferecidas 29 usinas com contratos vencidos.
O diretor-presidente da Cemig, Mauro Borges, afirmou ontem que as condições de contratação do empréstimo são discutidas com Banco do Brasil, Bradesco e Caixa. A empresa, controlada pelo governo de Minas Gerais, conta com liberação dos recursos para cobrir o valor de R$ 2,2 bilhões do bônus cobrando pela outorga das 18 concessões de usinas adquiridas no leilão.
Borges afirmou que a operação de crédito com "pool de bancos" envolve uma primeira operação, com empréstimo ponte para cobrir 65% do valor total do bônus até o dia 30 de dezembro, conforme cronograma estabelecido no edital. A segunda transação financeira estará atrelada ao financiamento de longo prazo para equacionar todos os valores devidos do bônus pela outorga, inclusive o da primeira tranche.
O presidente da Cemig afirmou que cada banco deverá assumir cerca de um terço do total do bônus pela outorga. Ele ressaltou que a empresa pretende recorrer aos bancos no montante correspondente a 100% do bônus.
Borges afirmou que tanto a Cemig quanto o sindicato de bancos preferiram deixar a negociação da segunda tranche de financiamento para o ano que vem na expectativa de haver uma "conjuntura econômica mais favorável" no país para a negociação das condições.
O presidente da Copel, Luiz Fernando Vianna, afirmou que a companhia já assinou um pré-contrato com os bancos para garantir o financiamento de R$ 575 milhões relacionados ao bônus pela outorga da usina Parigot de Souza, cuja concessão de 30 anos foi adquirida no mesmo leilão. Neste caso, as tratativas são mantidas com os bancos Itaú, Votorantim e Banco do Brasil.
O presidente do grupo paranaense informou que parte do desembolso poderá vir de aporte de recursos próprios. Ele explicou que poderá ser usado, por exemplo, a indenização de R$ 40 milhões devidos pelo governo à empresa. Estes recursos se referem compensação por investimentos não amortizados até fim da concessão da hidrelétrica Parigot de Souza, operada pela Copel.
Vianna avalia que a estratégia assumida no leilão produziu resultados satisfatórios para o grupo, pois a Copel pôde recuperar a concessão da usina com deságio zero - não houve outra empresa interessada em comprar a hidrelétrica. Segundo ele, isso mostra que a Copel também fez a escolha certa ao recusar a renovação antecipada das concessões prevista na polêmica MP-579, de 2012. Foi possível aproveitar a alta de preços no mercado de curto prazo no período remanescente e não ser remunerada pela tarifa de geração baseada apenas no custo de operação e manutenção (O&M).
Os executivos da Copel e da Cemig participaram ontem do evento de comemoração dos 40 anos da Abradee, entidade que representa as maiores concessionárias de distribuição de energia elétrica. (Valor)