Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Geradoras negociam para financiar compra de usinas

Geradoras negociam para financiar compra de usinas

Em: 27/11/2015 às 13:21h por

Geradoras de energia que venceram o leilão de usinas hidrelétricas antigas na última quarta-feira já estão formalizando contratos com grupos de bancos estatais e privados nacionais para financiar parte do valor das outorgas. O presidente da Cemig, Mauro Borges, informou ontem que um grupo formado por Banco do Brasil (BB), Bradesco e Caixa Econômica Federal deverá financiar 100% do valor de R$ 2,2 bilhões de outorgas referentes as 18 usinas que a empresa adquiriu no leilão. 
Cada banco ficará com cerca de um terço do total financiado, segundo ele.
No total, o valor das outorgas do leilão soma R$ 17 bilhões. A principal vencedora do certame foi a chinesa Três Gargantas, que levou as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, pagando R$ 13,8 bilhões de bônus.
A expectativa de executivos do setor é que os chineses vão trazer de fora do país os recursos para pagar os bônus. Mas, segundo fonte do mercado financeiro, eles ainda não definiram a forma como esses recursos ingressarão no país e ainda negociam com bancos nacionais uma eventual estruturação dessa operação, podendo contar com crédito aqui.
O presidente da Copel, Luiz Fernando Vianna, disse que BB, Votorantim e Itaú financiarão boa parte da outorga da usina de Governador Parigot, de R$ 575 milhões, mas a companhia pode usar também recursos próprios para compor esse pagamento. Ele destacou que a empresa — que já operava a usina — buscará o direito de receber uma indenização por ativos não amortizados de cerca de R$ 40 milhões, que, eventualmente, poderão ser usados para pagar o bônus:
— E não descartamos o uso de recursos em caixa.
EMPRÉSTIMO-PONTE COM BANCOS
As duas empresas, Cemig e Copel, terão um empréstimoponte inicial junto aos bancos, que deverá se transformar em um financiamento de longo prazo quando o mercado financeiro oferecer condições melhores.
— A gente acredita que, no ano que vem, as condições financeiras serão mais favoráveis. Daí a conveniência de ter um empréstimo-ponte para a gente pensar na estruturação de longo prazo — disse Borges, da Cemig.
A mesma expectativa foi apontada por Vianna, da Copel, de que as condições do mercado financeiro, principalmente as taxas de juros, estejam mais favoráveis em 2016.
Os grupos que financiaram as empresas foram lideradas pelo BB. Na quarta-feira, o banco divulgou nota informando que estava “discutindo o financiamento com todas as empresas vencedoras que o procuraram”.
Para Borges, da Cemig, o leilão não teve mais competição principalmente por conta das condições financeiras do setor elétrico neste momento. Nos maiores lotes à venda, só houve um concorrente. Os agentes do setor enfrentam, atualmente, uma crise financeira, com déficits bilionários já financiados por bancos nacionais.
— Em um outro momento, eu tenho certeza que a atratividade do leilão seria muito maior. (O Globo)