O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, confirmou para hoje a reunião com os executivos do grupo espanhol Abengoa, que entrou com um pedido preliminar de proteção contra credores na semana passada.

Segundo ele, o principal objetivo do encontro é saber quais são os planos da companhia para evitar a paralisação de projetos no Brasil. "Temos que analisar, pois a empresa tem projetos em operação e em construção", afirmou Rufino. Segundo ele, "uma solução real não passaria pela relicitação" dos empreendimentos, diante do risco de comprometer bastante o cronograma dos projetos.

A preocupação da Aneel está voltada especialmente para os projetos em construção, a exemplo da linha pré-Belo Monte, que liga os Estados de Tocantins e Bahia. Rufino disse que a opção pela intervenção administrativa, como ocorreu no passado com o grupo Rede, seria uma "situação de exceção". Para ele, a "solução natural" seria buscar alternativas para que a empresa se restabeleça em condições de dar continuidade aos projetos ou possibilitar a transferência dos ativos e participações acionárias para outro grupo do setor.

Para o caso de intervenção, o diretor-geral avalia que este é um processo mais tranquilo de ocorrer com as concessionárias com empreendimento já em operação, que contam com uma geração de caixa própria. No caso da intervenção em projetos em fase de execução, porém, o gestor nomeado para assumir o projeto provisoriamente não tem condições de fazer aporte de recursos. (Valor)