Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Companhias de engenharia marcam presença em leilão de transmissão

Companhias de engenharia marcam presença em leilão de transmissão

Em: 15/04/2016 às 13:25h por

O primeiro leilão de transmissão de energia de 2016, realizado na quarta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi marcado pela presença de empresas de engenharia e construção nos consórcios vencedores.
O Consórcio KV-LT e MPE-KV, ambos formados pela MPE Engenharia e Serviços e pela Kavom Energia levaram o lote F e W, respectivamente. O nome diferente se dá pelo fato da proporção de participação de cada uma ser diferente em cada consórcio. A proporção foi de 90%/10% no lote F e de 75%/25% no lote W.
O lote F foi arrematado por uma receita anual permitida (RAP) de R$ 145,3 milhões, o preço-teto fixado pela Aneel. Ele diz respeito a 30 quilômetros de linha na cidade de São Paulo para reforçar o suprimento de energia elétrica às cargas da região metropolitana. Já o lote W foi arrematado com deságio de 7,09%, pelo RAP de R$ 8,8 milhões, e trata de uma subestação em Onça Puma, no Pará.
O Consórcio Braferpower, que levou o lote Q, é formado pela Brafer Construções Metálicas (51%), CEEE Power Brazil (1%) e CEEPower (48%). O lote foi arrematado sem oferta de deságio, pelo preço-teto de RAP de R$ 40,1 milhões, e prevê 150 quilômetros de linha para atender o mercado do litoral norte do Rio Grande do Sul e reforçar o sistema da região sul de Santa Catarina reduzindo a dependência do despacho térmico local. Prevê, ainda, duas subestações.
Já o lote X foi arrematado pelo Consórcio Geogroup, composto por GEO Energia Soluções de Sistemas de Energia (50%) e GEO Projetos Engenharia e Associados (50%). O deságio foi de 11,36%, pela RAP de R$ 8,5 milhões. O lote refere-se de uma subestação em Paranaíta, no Mato Grosso.
O leilão ainda marcou a entrada do Pátria Investimentos e do braço de investimentos em infraestruura e concessões do grupo WTorre, a WPR Participações, no setor de transmissão.
O Pátria entrou por meio de um de seus fundos, levando o lote A, o maior do certame, pelo preço-teto de RAP de R$ 405 milhões. São 1,1 mil quilômetros de linha e quatro subestações, nos Estados de Maranhão, Ceará e Piauí. Segundo a assessoria do Pátria, são investimentos da ordem de R$ 2 bilhões.
A WPR Participações foi a responsável pelos maiores deságios e ficou com os lotes E e M, ambos na Bahia. Ela ofereceu desconto de 14,05% e 15,07%, levando os lotes por RAP de R$ 121,6 milhões e R$ 59,6 milhões, respectivamente.
A presença de empresas de engenharia e construção em leilões de transmissão da Aneel era frequente até o fim da última década. Empresas como Orteng e Schahin arrematavam lotes nos leilões e após construir as linhas vendiam a concessão para empresas do setor.
A participação das empresas de engenharia no passado ocorreu devido à característica do leilão de transmissão na época, considerado de baixo risco e remuneração fixa garantida por 30 anos. Nos últimos anos, porém, o setor ficou menos atrativo devido aos baixos preços oferecidos pela Aneel nos leilões. (Valor Econômico)