Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
O governo do Estado de São Paulo está tentando viabilizar uma solução para o fornecimento de gás natural para abastecimento das duas termelétricas do projeto Parque Térmico Pedreira, que terão cerca de 1,5 gigawatt (GW) de potência e é liderado pela estatal paulista Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), em uma parceria com a AES Tietê e com o consórcio Siemens / Gasen.
O secretário de Energia e Mineração do Estado, João Carlos Meirelles, foi a Brasília na semana passada se reunir com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa, para discutir a questão.
O fornecimento de gás é o principal obstáculo ao desenvolvimento dos projetos, que envolvem investimentos de R$ 6 bilhões, segundo as projeções do governo paulista. Segundo Meirelles, a expectativa é que uma solução para essa questão seja encontrada até o fim desse ano, permitindo a inscrição das usinas em leilões de geração em 2017.
Uma solução apontada pelo secretário para o insumo seria a importação de gás natural liquefeito (GNL) e o uso de um navio regaseificador em Santos. Outra possibilidade é incentivar uma empresa privada a construir um terminal de regaseificação nas proximidades do terminal de Santos.
"Até o final deste ano estaremos com o projeto executivo, já está evoluída a negociação das empresas que serão parceiras da Emae", afirmou Meirelles.
No fim de março, a Emae assinou um memorando de entendimento com a AES Tietê e com o consórcio Siemens/Gasen para o desenvolvimento dos projetos de construção, implementação e operação das duas termelétricas, que ficarão localizadas no bairro Pedreira, na capital Paulista.
O projeto teve início no ano passado, com a chamada pública que selecionou empresas interessadas. O parque termelétrico deve consumir cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.
"O Ministério [de Minas e Energia] está priorizando isso para a segurança do sistema elétrico. Será importante termos essa térmica de 1,5 GW aqui no centro de carga", disse Meirelles.
A decisão de quando colocar as usinas em leilão, porém, caberá às empresas, que devem levar em conta o cenário de sobrecontratação das distribuidoras e de perspectiva de continuação de baixa demanda, o que pode pressionar os preços oferecidos.
"Nossa percepção é que o Brasil é maior que a crise", disse Meirelles, completando apostar em uma recuperação da demanda por energia a partir de 2018 a 2019. "Temos que estar equipados para atender a demanda com segurança", disse ele. Um dos argumentos do governo para construção dessas usinas é o fato de ficarem próximas do centro de carga, o que vai ajudar a minimizar riscos com transmissão.
Segundo Meirelles, outra demanda apresentada ao Ministério foi que essas térmicas precisarão ser despachadas na base, e não apenas para atender os horários de pico de carga. "Precisam ser termelétricas econômicas para ajudarem nas regiões de alta demanda", disse.
O gás natural precisaria ter um tratamento prioritário nas políticas energéticas do Brasil, segundo o secretário.
"Ele é extremamente importante como uma energia de transição para renováveis, como solar, eólica e biomassa", disse, lembrando que o Estado de São Paulo tem disponibilidade de gás importado da Bolívia, além de gás comprado da Petrobras.
Fonte: Valor Econômico
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