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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Juro menor favoreceria varejo e elétricas

Juro menor favoreceria varejo e elétricas

Em: 21/06/2016 às 14:04h por

A expectativa de queda da taxa básica de juros da economia, a Selic, que está em 14,25%, até o fim deste ano deve fazer com que os analistas revejam as suas indicações para as carteiras de ações. Segundo especialistas, juros mais baixos favorecem ações dos setores elétrico, de concessões, shopping centers, varejo e financeiro.

O gestor de renda variável da FAR (Fator Administração de Recursos), Obede Rodrigues, afirmou que os segmento elétrico e de concessões se transformam em "players puros de juros". Com demanda resiliente, esses segmentos fecharam acordos de tarifas em momentos de juros mais altos. Com a queda das taxas, acabam ganhando com essa diferença.

O estrategista da XP Investimentos, Celson Plácido, disse que o portfólio para uma queda de juros é mais focado no mercado doméstico e também engloba um quadro de confiança maior e aumento do consumo. O segmento financeiro tende a se beneficiar. Apesar de perder margens, analistas apontam efeitos positivos para os bancos, como queda na inadimplência e retomada do crédito.

A esperada recuperação do consumo, que seria estimulada por um corte de juro, ajuda os segmentos de shopping centers e varejo, diz Rodrigues, da FAR. Os shoppings ganham com a alta dos aluguéis e do fluxo de clientes. A Via Varejo, por exemplo, se beneficia das vendas de eletrodomésticos.

Outro grupo de ações que pode se beneficiar é o de companhias endividadas. Um exemplo, diz o gestor da FAR, é a Rumo Logística, que fechou o ano passado com uma dívida financeira líquida de R$ 7,8 bilhões.

Para George Wachsmann, sócio que seleciona fundos para clientes de alto patrimônio na GPS, do grupo Julius Baer, neste novo cenário de juros baixos, os segmentos ligados à recuperação da economia serão os mais procurados, o que inclui indústrias locais.

Na contramão das escolhas ligadas à baixa dos juros, disse Rodrigues, da FAR, estão as seguradoras. Segundo ele, grande parte das receitas dessas empresas vem de aplicações financeiras, que devem diminuir com a queda dos juros.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 1,61% para 50.329 pontos, acompanhando o desempenho positivo das bolsas internacionais e também da valorização do preço do barril do petróleo. O humor dos investidores melhorou com a perspectiva de que o Reino Unido deve permanecer na União Europeia. "Apesar da alta, o mercado está cauteloso e deve continuar volátil até a votação do plebiscito que vai determinar se o Reino Unido fica ou não na União Europeia", disse Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.

A alta do petróleo puxou para cima as ações da Petrobras ON, que subiram 2,98% e Petrobras PN teve alta de 2,56%. As ações da Vale também subiram e Vale PNA ganhou 1,63%, enquanto Vale ON subiu 1,89%. Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, o destaque ficou com a Rumo Logística, com alta de 5,41%. Na ponta oposta, a maior queda foi de Estácio Participações ON, que caiu 2,21%.


Fonte: Valor Econômico