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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Empresas do setor elétrico investem para atender a demanda de eventos

Empresas do setor elétrico investem para atender a demanda de eventos

Em: 20/07/2016 às 10:56h por

Os negócios no setor de energia elétrica no Rio de Janeiro estão crescendo embalados por eventos sediados na capital fluminense. No entanto, o desafio dos agentes do setor será manter o fluxo de aportes depois dos Jogos Olímpicos, principal evento do ano.

"Observamos que no Brasil, assim como em outros países, é sensível a preocupação com as mudanças na matriz energética, e eventos como a Olimpíada podem ajudar muito no desenvolvimento de uma cadeia local de fornecedores", afirmou ao DCI o presidente da Rio Negócios, Marcelo Haddad. A entidade atua no estímulo aos investimentos na cidade.

Segundo ele, a realização dos Jogos Olímpicos, assim como outros eventos que a cidade tem sediado este ano, ajuda a dar visibilidade e estimular novos negócios no Rio de Janeiro. Dos R$ 3 bilhões investidos na Olimpíada, o dirigente da Rio Negócios destacou que 75% foram contratos com empresas brasileiras, incluindo projetos de energia elétrica. As pequenas e médias empresas responderam por 15% dos negócios.

"Um evento como esse gera um impacto econômico muito grande e foi responsável por um boom em infraestrutura na cidade", citou ele.

A agência de classificação de risco Moody's destacou os aportes da companhia de energia elétrica Light para atender a demanda gerada pelos eventos esportivos na capital fluminense. "A fim de garantir fornecimento adequado de energia durante os jogos, a distribuidora de energia Light fez investimentos de R$ 400 milhões em projetos de energia de alta e média tensão que, juntos, respondem por cerca de 16% dos investimentos totais da empresa desde 2013", comentou a equipe de analistas da Moody's, em relatório divulgado recentemente.

Os analistas ressaltaram ainda que, em função do aprofundamento da crise econômica no Brasil, o retorno da Light sobre os aportes tende a ser adiado. "Mas esperamos que a Light receba alguma compensação para os seus custos de investimento por meio de um apelo por aumento tarifário extraordinário feito à [agência] reguladora [do setor] em fevereiro de 2016", observou a equipe da Moody's.

Os investimentos da Light em infraestrutura podem ajudar a melhorar a qualidade do fornecimento de energia no Rio de Janeiro. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), indicador do tempo que faltou energia na área atendida pela Light ficou acima do limite nos últimos anos. Em 2014 e 2015, enquanto o DEC limite era de pouco mais de 8 horas, o DEC apurado ficou acima de 12 horas.

Já a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), indicador do número de vezes nas quais faltou energia, ficou dentro do limite de pouco mais de 6 interrupções em 2014 e 2015.

Alternativa

Os gargalos em infraestrutura somados ao boom de eventos no Rio estão impulsionando novas empresas. A fornecedora de geradores móveis que complementam ou suprem a necessidade de geração de energia Tecnogera está ampliando os negócios no Rio e inaugurou recentemente uma planta na cidade de Duque de Caxias (RJ) que consumiu R$ 12 milhões em aportes. "Com a nova filial nossa capacidade de atendimento foi bastante ampliada, o que vai favorecer o fechamento de novos contratos", disse, em nota, o presidente da Tecnogera, Abraham Curi.

O empresário contou, em entrevista recente ao DCI, que o segmento de grandes eventos esportivos e de entretenimento é uma das apostas da fabricante e deve responder por mais de 50% do crescimento da Tecnogera este ano. Para 2017, Curi espera uma redução forte nos projetos relacionados aos grandes eventos no País e, em contrapartida, está antecipando planos de expansão fora do Brasil.

Fonte: DCI