Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Aneel prevê disputa em leilão de transmissão

Aneel prevê disputa em leilão de transmissão

Em: 30/09/2016 às 14:19h por

As condições aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta semana para o leilão de transmissão de 28 de outubro devem fazer com que a disputa atraia mais investidores, inclusive estrangeiros, disse ontem Tiago Correia, diretor da agência, ao participar de evento promovido pela S&P Global com apoio da BM&FBovespa e da Apimec.

"Acredito que teremos dois, três, talvez quatro novos agentes", disse Correia. Segundo ele, ainda não deve ser suficiente para contratar 100% dos lotes ofertados, mas deve ser um leilão "muito melhor" que o último realizado, em abril deste ano.

Na disputa de abril, o governo conseguiu contratar 14 dos 24 lotes oferecidos, taxa de sucesso de 58,3%. Foram negociados R$ 6,87 bilhões em investimentos, 56% do previsto para todos os lotes. Na disputa de outubro, também serão 24 lotes, que somam R$ 12,6 bilhões em investimentos.

"Se for 100% [dos investimentos] vou ficar feliz. Acho que vai ser algo próximo de 80%", disse o diretor da Aneel. Segundo Correia, as condições colocadas, inclusive para financiamento, já são adequadas, mas há um "hiato" entre a divulgação de condições melhores e o resultado efetivo nas disputas.

"Mesmo sem financiamento do BNDES, já está no preço. Se conseguir [crédito com] BNDES, o preço vai ficar abaixo do que a gente fixou", disse Correia.

Para o diretor da Aneel, devem participar da disputa empresas estrangeiras, companhias que já atuam em geração e distribuição e transmissoras que estavam ausentes de leilões e vão retornar.
O diretor financeiro da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), Rinaldo Pecchio, que também participou do evento, disse que a empresa está "disposta" a participar do leilão, mas ainda não tomou uma decisão sobre isso.

"A empresa está em um momento em que entende que existem projetos bons a serem analisados", disse ele. Para isso, é preciso avaliar uma estrutura de financiamento que possa ser implementada.
"O que a gente vê é que se espera concorrência um pouco maior", disse, sobre o leilão. Segundo Pecchio, "o momento está muito bom para que consigamos fazer investimentos com retornos melhores do que fizemos no passado".

Uma questão muito debatida no evento, da qual participaram também executivos de empresas como CPFL, Energisa e AES, é a possibilidade de financiamento de novos projetos em dólar.

Segundo Correia, a Aneel tem uma posição "neutra" em relação aos pleitos de liberação de contratos com componentes dolarizados. Para que isso seja possível, é necessária uma portaria interministerial, disse ele.
O diretor destacou que o percentual da remuneração em dólar precisa ser compatível com o percentual do financiamento que for tomado na moeda americana, e também com o prazo do empréstimo. "Se o dinheiro for tão mais barato que compense o risco, será bom para o consumidor. O que interessa é o preço final", disse.

Os mercados financeiros podem ajudar a compensar uma possível redução nas condições de financiamento do BNDES para leilões, disse Pecchio. "O mercado financeiro tem formas de se adaptar a isso. Na questão de transmissão, temos a possibilidade de emissão de debêntures de infraestrutura."

Fonte: Valor Econômico