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Eletrobras admite que crise dificulta a venda de ativos

Eletrobras admite que crise dificulta a venda de ativos

Em: 24/05/2017 às 12:40h por

O cenário político conturbado e as incertezas sobre a permanência do governo atual não tiraram o foco da Eletrobras do seu plano de reestruturação e de desinvestimentos. No entanto, o presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, admitiu que os valores de seus ativos podem ser pressionados, fazendo com que a companhia possa não concluir as transações nos preços que poderia atingir em uma situação mais estável.

"O ambiente político acaba arrastando o ambiente econômico", disse Ferreira, que participou ontem de um evento na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Ele contou que estava em Nova York na semana passada participando de um evento do Itaú BBA com investidores quando vazaram as primeiras informações da delação premiada de executivos da JBS, que implicaram o presidente Michel Temer.

Na quarta-feira, antes da delação ser divulgada, o interesse dos investidores estrangeiros no setor elétrico brasileiro era muito grande. O cenário mudou no dia seguinte, quando havia muita dúvida e incerteza sobre o Brasil. "Se tivéssemos o ambiente de quarta-feira, não haveria risco nenhum de se desfazer dos ativos, pelo contrário, havia muito interesse", disse Ferreira.

Com a condição atual, "talvez tenhamos uma dificuldade em fazer isso [vendas de ativos] nos preços que poderíamos conseguir", afirmou. Segundo Ferreira, o principal fator de atratividade para ativos de energia é o crescimento da economia. "Os ativos ficam mais valorosos com a melhora da economia", disse.

Ainda assim, a Eletrobras não considera, neste momento, alterar sua meta de redução de endividamento. "A meta de desalavancagem foi estabelecida porque é a melhor alternativa, não deveríamos colocar o processo em risco a não ser que não tenhamos interessados pelos ativos. Mas, sinceramente, pelo tipo de ativos que temos, importantes e já gerando caixa, não teremos problemas", disse.

Fonte: Valor Econômico