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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Bandeira verde em tarifa de energia pode levar IPCA de junho à deflação

Bandeira verde em tarifa de energia pode levar IPCA de junho à deflaçã

Em: 30/05/2017 às 14:27h por

A mudança da bandeira tarifária da energia elétrica de vermelha para verde em junho pode levar a inflação oficial a registrar a primeira queda mensal em 11 anos. A suspensão da cobrança adicional, anunciada sexta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deve baratear as contas de luz em mais de 6%, calculam economistas, e retirar cerca de 0,2 ponto percentual do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no próximo mês.

A dinâmica da inflação no período deve ser ajudada ainda pela redução nos preços dos combustíveis - de 5,4% para a gasolina e de 3,6% para o diesel - definida um dia antes pela Petrobras e pela dissipação do reajuste anual de medicamentos, que começou a valer em abril.

O Banco Fibra e o Bradesco, por exemplo, já preveem deflação. A MCM Consultores e o Itaú Unibanco projetam estabilidade para o indicador. Já a Tendências Consultoria estima variação de 0,2% para o IPCA de junho.

A última deflação do índice - em qualquer mês - foi em junho de 2006, queda de 0,21%, segundo a série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O item energia deve ceder 6,1%, calcula o economista-chefe do Fibra, Cristiano Oliveira, e aliviar em 0,21 ponto percentual a inflação do período. Depois da mudança, ele alterou sua projeção para o próximo mês de alta de 0,17% para deflação de 0,04%.

A estimativa do Fibra para o ano, contudo, permaneceu em 3,9%. "Acredito que no segundo semestre será adotada a bandeira amarela, que deverá ser mantida até o final do ano", argumenta Oliveira.

A expectativa do Bradesco, por sua vez, passou de 0,22% para deflação de 0,05%. A alteração da bandeira será responsável por um impacto negativo de 0,22 ponto percentual. A queda do preço da gasolina contribuirá com outro 0,05 ponto negativo, diz a equipe da instituição em relatório.

A redução de 6,3% nas contas de luz estimada pela economista da MCM Basiliki Litvac também retiraria 0,22 ponto do IPCA. Com a ajuda de combustíveis e medicamentos, ela pondera, o indicador deve ficar estável no período, mas há chance de que ele passe para campo negativo, "a depender da desaceleração dos preços dos alimentos". O Itaú Unibanco revisou a projeção para junho de 0,25% também para estabilidade.

Fonte: Valor Econômico