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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Cenário para PCHs melhora mas ainda há barreiras para sua expansão

Cenário para PCHs melhora mas ainda há barreiras para sua expansão

Em: 05/07/2017 às 13:45h por

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A fila de projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais de Geração Hidrelétrica que estavam engavetados na Agência Nacional de Energia Elétrica andou. Desde 2015 para cá, depois da reestruturação da agência reguladora foram avaliados os cerca de 700 pedidos de análise que estavam parados no órgão. Agora o setor está travando uma nova batalha para viabilizar os empreendimentos para que saiam do papel. As dificuldades continuam, sejam em questões ambientais, de financiamento ou de demanda propriamente dita já que uma importante parcela ainda depende da realização de leilões para o mercado regulado.

A fonte viabilizou a contratação de 82,9 MW médios de energia no mercado regulado no ano passado por meio do último leilão de energia nova A-5 em abril de 2016 e mais 95,4 MW médios no último leilão de energia de reserva, este realizado em 23 de setembro. No total, o ano passado contou com pouco mais de 443 MW de nova capacidade de geração.

Segundo avaliação do presidente da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e de Centrais Geradoras Hidrelétricas (AbraPCH), Paulo Arbex, o setor tem agora 1 GW em projetos que estariam prontos para a disputa de um eventual leilão já este ano, 2 GW para o ano que vem, desde que haja demanda do setor elétrico. Apesar desse cenário atual de disponibilidade de projetos, relembrou que no histórico dos últimos 15 anos houve uma contratação média de 140 MW. Ele destaca que o segmento tem um grande estoque de projetos no país. Os números da associação apontam para algo próximo a 7 GW. E afirmou ainda que é importante que a fonte possa continuar a sua expansão por conta de toda a cadeia industrial que suporta e é formada por empresas majoritariamente pequenas e de médio porte.

A vice-presidente da diretoria executiva da AbraPCH, Alessandra Torres, comentou que o segmento ficou cerca de 10 anos sendo represado. E que depois da reestruturação da Aneel houve sim um trabalho que praticamente zerou a fila de análise de projetos na agência reguladora. “Agora esbarramos na questão do licenciamento ambiental que ainda é dificultoso e existem muitas barreiras já que o processo depende mais dos órgãos ambientais dos diferentes estados e ainda há questões de financiamento junto ao BNDES”, apontou a executiva.

O segmento é representado por duas associações e o discurso de ambas assemelha-se. De acordo com o presidente executivo da Associação de Geração de Energia Limpa (Abragel), Leonardo Sant’Anna, essa modalidade de usina tem um custo total ao consumidor final que é interessante para o país e que traz os benefícios de suas externalidades como a redução da dependência de expansão da transmissão já que o próprio investidor é o responsável pela conexão da usina à rede. Outra característica, lembrou ele, é a descentralização da fonte e sua localização estratégica por estar próximo ao centro de carga. E ainda, a possibilidade de atender aos objetivos de atender a carga de forma imediata e no horário que é demandada.

“As PCHs possuem a capacidade de gerar de acordo com a demanda dentro de um dia e ainda apresentam o beneficio de postergar investimentos com transmissão e consequentemente ajudam na redução das perdas”, comentou ele. “Hoje essas perdas estão na casa de 15%, para efeitos de comparação, países comparáveis com o Brasil em termos de extensão como o Canadá, Estados Unidos e China possuem índices bem menores, o primeiro com algo na casa de 10% e os dois outros na casa de 6%, ou seja, temos espaço para melhorar nesse quesito”, exemplificou.

Fonte: Canal Energia