Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Os montantes represados pelas liminares referentes ao déficit hídrico (medido pelo fator GSF, na sigla em inglês) nas operações do mercado de curto prazo de energia subiram para R$ 2 bilhões na liquidação de maio, concluída ontem. Até abril, as liminares travavam R$ 1,6 bilhão.
Com isso, a liquidação de maio teve inadimplência de 55%, ao movimentar R$ 1,87 bilhão dos R$ 4,23 bilhões contabilizados. Além dos R$ 2 bilhões referentes às decisões judiciais do GSF, outros R$ 360 milhões representam valores em aberto da liquidação, como inadimplência de distribuidoras de energia.
A alta do total travado pelas liminares já era esperada pelo seto, refletindo o preço de liquidação das diferenças (PLD) médio daquele mês, que foi próximo de R$ 400 por megawatt-hora (MWh), ao mesmo tempo em que o déficit hídrico medido pelo GSF cresceu, por causa da hidrologia ruim do mês.
O problema do GSF acontece quando, por falta de chuvas, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determina que as hidrelétricas gerem menos que suas respectivas garantias físicas, a fim de preservar os níveis dos reservatórios. Ainda que a geração física não seja efetivada, as companhias precisam cumprir os contratos firmados de venda de energia, ficando expostas.
Em 2015, o problema custou cerca de R$ 20 bilhões ao setor, e resultou na guerra de liminares que persiste até hoje. As companhias conseguiram decisões judiciais que reduzem a exposição a zero ou 5% do total de suas garantias físicas. Quando as liquidações do mercado de curto prazo de energia foram paralisadas, o governo ofereceu uma repactuação que envolveu a contratação de um "seguro" pelas usinas.
No mercado cativo, a proposta teve ampla adesão, e as companhias desistiram das liminares. Todavia, no mercado livre, a briga permanece até hoje. A saída para a questão está na consulta pública lançada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na última semana.
Fonte: Valor Econômico
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