Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Setor procura ideias de startups

Setor procura ideias de startups

Em: 28/08/2017 às 14:11h por

Primeiro foram os bancos e as grandes companhias que enxergaram uma boa oportunidade na aliança com startups. Há pouco mais de um ano quem começou a se mexer nessa direção foram as geradoras e distribuidoras de energia. Um movimento que na Europa já é forte, mas que ganhou corpo por aqui em meados de 2016. "As seis maiores companhias de energia em operação no Brasil têm programas abertos para captar soluções criadas por startups", diz Rafael Ribeiro, diretor executivo da Associação Brasileira de Startups. "Perceberam que é melhor pegar uma solução já pronta do que começar do zero".

Eleita pelo segundo ano consecutivo como a melhor startup de energia do país pelo programa 100Open Startup, a Prosumir, de Porto Alegre, tem o perfil que as grandes geradoras e distribuidoras de energia procuram. Trabalha com soluções inovadoras para transformação do desperdício de energia em oportunidade de cogeração de eficiência energética. Soma conhecimento e agilidade, mas tem pouco capital para tocar o negócio. "Foram dois anos de desenvolvimento de uma turbina que substitui a válvula de pressão usada pelas indústrias com sistema a vapor", diz Julio Vieira, sócio-gestor. "Patenteado, o protótipo foi validado com a ajuda do grupo EDP, que nos abriu espaço para os testes".

A EDP Brasil, que atua em geração, transmissão, distribuição, comercialização e soluções de energia foi uma das primeiras a se aproximar das empresas nascentes. "A parceria com as startups será essencial para aproximar soluções inovadoras à realidade das grandes empresas", diz Livia Brando, gerente executiva de inovação da EDP. "A partir do conceito de inovação aberta, queremos identificar projetos com amplo potencial de desenvolvimento".

A companhia lançou seu primeiro edital para o EDP Starter, programa que oferecerá oportunidade de desenvolvimento de projetos de startups em estágio inicial. As incubadas passarão por um processo de aceleração, contarão com mentorias de técnicos especialistas da EDP e de fora e ocuparão um espaço de coworking WeWork, em São Paulo, além de integrar uma rede mundial de relacionamento com parceiros que fomentam novos negócios.

Para Ítalo Freitas, presidente da AES Tietê, o setor elétrico está migrando de um modelo de geração, transmissão e distribuição de energia para a geração distribuída onde o consumidor gera e consome a própria energia. "Isso faz com que surjam novos modelos de negócios que há três anos sequer existiam". Neste mês, a Enel lançou chamada pública para startups que atuam nas áreas de interesse da companhia - energias renováveis e armazenamento, desenvolvimento social, eficiência energética, fintech, cidades inteligentes e e-mobility. "A ideia é investir R$ 1,5 milhão por recursos de P&D em cada startup investida", afirma Bruno Cecchetti, diretor de inovação. Em Florianópolis, a Soluz Energia, especializada em energia solar, já foi selecionada para programas da EDP, da francesa Enge e da AES-SP.

Fonte: Valor Econômico