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Harvey terá impacto no mercado global de energia

Harvey terá impacto no mercado global de energia

Em: 31/08/2017 às 13:52h por

A tempestade tropical Harvey está afetando drasticamente o fluxo de petróleo em todo o mundo, uma consequência da crescente influência dos EUA sobre o setor global de energia.

Desde a última vez em que uma grande tempestade cruzou a costa americana do Golfo do México, grandes quantidades de petróleo e gás natural foram extraídas das formações de xisto nos EUA.
Embora a produção desses campos responda por apenas uma pequena parcela do mercado de petróleo mundial, ela alimenta um enorme volume de exportações de gasolina, produtos químicos, plásticos e petróleo, o que significa que o Harvey terá repercussões de dimensões mundiais.

Além disso, a costa americana do Golfo do México se tornou um elo cada vez mais decisivo da cadeia energética global. Os embarques originários da região atendem atualmente 6% da demanda mundial por petróleo e outros combustíveis - o dobro do percentual observado em 2012, de acordo com o Barclays.
Isso significa que Harvey, a pior tempestade a atingir o Texas em 50 anos, provavelmente provocará episódios de escassez que afetarão consumidores de Houston a Pequim. Países como o México - que dependem dos EUA para atender até metade de suas necessidades de gasolina, segundo o Departamento de Energia americano - são os que mais tendem a sentir os efeitos, disseram analistas.
Os EUA se tornaram um exportador líquido de produtos refinados em 2011. As exportações americanas de gasolina dispararam 33% em 2016 - alcançando um volume recorde - e continuaram a crescer neste ano. Cerca de 17% da gasolina e de 39% do diesel produzidos neste ano na Costa do Golfo do México foram exportados, segundo a Turner, Mason & Co.

"As consequências de uma grande ruptura [na infraestrutura] da costa americana do Golfo do México serão sentidas nos preços praticados nos mercados de derivados da América Latina e da Europa e nos mercados de petróleo tão distantes quanto os da Ásia", escreveram analistas do JP Morgan Chase.
As próprias exportações de petróleo, que eram proibidas antes de 2015, cresceram a partir de um volume irrisório e ultrapassaram 1 milhão de barris/dia em alguns períodos deste ano, com destino à China, Holanda e ao Peru.

Harvey interrompeu boa parte desse fluxo. Os portos ao longo do litoral do Texas, incluindo os de Houston e Corpus Christi, fecharam, e agora alguns deles na Luisiana tiveram o mesmo destino.
Embarcações que pretendiam aportar para serem carregadas com petróleo destinado a mercados externos mudaram de rota antes de entrar em Corpus Christi na semana passada, e um petroleiro que estava em Port Arthur desde o dia 19 não consegue partir devido ao mau tempo, segundo a empresa de monitoramento Kpler.

Fonte: Valor Econômico