Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

Notícias

Leilões testam governo e podem render mais de R$ 13 bi à União

Leilões testam governo e podem render mais de R$ 13 bi à União

Em: 22/09/2017 às 14:01h por

Na próxima quarta-feira, o governo Temer terá seu maior teste de atratividade de investidores nacionais e estrangeiros com relação ao mercado brasileiro, ao mesmo tempo em que poderá, em um único dia, obter arrecadação expressiva de recursos para o resultado fiscal. No mesmo dia, serão realizados a 14ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o leilão de quatro hidrelétricas da Cemig que tiveram a concessão encerrada.

Os dois eventos são também os dois primeiros leilões de grande porte nas áreas de óleo e gás e energia elétrica do governo Temer e serão verdadeiros termômetros do humor dos investidores com relação ao mercado brasileiro. Considerando a hipótese de todos os ativos serem negociados e pelo valor de bônus de outorga mínimo, o governo prevê arrecadar quase R$ 13 bilhões.

Desse total, a maior parte, cerca de R$ 11 bilhões, deverá vir do leilão das usinas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande. Juntos, os quatro empreendimentos, localizados em Minas Gerais, totalizam 2.922 megawatts (MW) de capacidade instalada, um terço de todo o parque geradora da companhia estatal mineira - que até às vésperas do certame busca um acordo por fora com o governo para reaver a concessão de pelo menos duas usinas: Jaguara e Miranda.

No caso da 14ª Rodada, serão ofertados 287 blocos em nove bacias sedimentares (Campos, Santos, Espírito Santo, Sergipe-Alagoas, Pelotas, Parnaíba, Paraná, Potiguar e Recôncavo). Serão oferecidas áreas para exploração marítima e terrestre. Considerando que todos os blocos sejam negociados e pelo valor de bônus mínimo, o governo prevê arrecadar R$ 1,7 bilhão.

Para o leilão petrolífero, estão inscritas 32 empresas nacionais e estrangeiras, desde as gigantes do setor até companhias de menor porte, focadas em ativos terrestres. Seis petroleiras estrangeiras estão buscando oportunidades para entrar no mercado brasileiro este ano, a partir da 14ª Rodada.

No setor elétrico, as maiores apostas são a chinesa State Power Investment Corporation (SPIC), a italiana Enel, a franco-belga Engie e a espanhola Iberdrola. A SPIC já tentou uma investida anterior no país, por meio da aquisição da fatia da Cemig na hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, porém o negócio não foi concluído. A Enel, que planeja investir € 3,2 bilhões no Brasil até 2019, venceu o leilão da Celg Distribuição (Celg D), no fim de 2016.

A Engie planeja expandir sua atuação no setor, tanto em geração quanto em transmissão de energia. Embora a Iberdrola tenha colocado o Brasil entre suas prioridades, comprovada pela eleição do presidente mundial do grupo, Ignacio Galán, para a presidência do conselho da Neoenergia, a empresa está concentrada neste momento na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Neoenergia.

A expectativa do governo é otimista com relação ao resultado dos leilões. Do ponto de vista macroeconômico, a situação do país melhorou em relação aos últimos anos. O maior fator de risco hoje é a turbulência política enfrentada, embora esta crise esteja descolada da situação econômica. De acordo com o boletim Focus desta semana, divulgado pelo Banco Central (BC), o mercado financeiro prevê crescimento do PIB de 0,6%, em 2017, e de 2,2%, em 2018.

Fonte: Valor Econômico